O que é antifragilidade e como evoluir em meio ao caos?
Olá caros leitores do Nidus. Já falamos de livros por aqui, em especial dois muito legais que falam sobre criatividade e inovação, Roube como um Artista e Os Magnatas. Desta vez, apresentarei breves conceitos de outro livro que está se tornando uma grande referência quando falamos em desenvolvimento pessoal e gerenciamento de riscos: Antifrágil – Coisas que se beneficiam do caos.
O objetivo deste texto não é ser muito profundo, pois a tese de Nassim Taleb, além de longa possui muitas complexidades, mas quero abordar alguns conceitos do livro e trazer com isso algumas reflexões sobre antifragilidade e convidá-lo também a conhecer sobre o tema.
Volatilidade
A primeira grande lição do livro é que a natureza é rebelde, cruel e extremamente volátil. E o que é volátil é algo altamente imprevisível e traz resultados inesperados. Quando tratamos de gerenciar riscos e de interpretar a realidade ao nosso redor, buscamos sempre referências nas coisas que conhecemos, mas a todo tempo escutamos e vivemos coisas como “maior catástrofe da década”, “maior tsunami da história”, “maior crise mundial” e outros.
Ou seja, nós vivemos em um mar de incertezas, repleto de perigos que sempre superam nosso conhecimento e nessa confusão toda precisamos nos desenvolver e prosperar ou quebrar.
A Tríade – Frágil, Robusto ou Antifrágil
Sobre quebrar ou não quebrar, o autor desenvolve uma teoria da Tríade, que existe em todos os sistemas, na qual algo ou alguém pode ser Frágil, Robusto ou Antifrágil.
Frágil é algo como uma taça de cristal, que ao cair no chão se quebra e não volta mais a como era antes. Robusto (ou resiliente) é algo que resiste ao choque e situação adversa, mas não melhora com isso, como uma pedra. Já Antifrágil, é algo que se beneficia do choque e da pressão, tornando-se mais forte.
Para exemplificar conceito de antifrágil, Taleb apresenta a história da Hidra, que na mitologia grega, cada vez que tinha uma de suas cabeças cortadas, nasciam duas no lugar, ou seja, ficava mais forte.
E aqui está a ideia central do seu texto: Ser antifrágil significa não apenas sobreviver a um evento adverso, mas melhorar e evoluir com ele.
Volatilidade x Antifragilidade
Nesse ambiente caótico, instável, inseguro e volátil que nos é apresentado diariamente, Taleb afirma que ser antifrágil é algo bom: A antifragilidade tem uma propriedade singular de nos capacitar a lidar com o desconhecido, de fazer as coisas sem compreendê-las – e fazê-las bem.
Taleb ensina que o antifrágil cria consciência da existência de fatores externos e inesperados e diante desses fatores passa a encarar a aleatoriedade com naturalidade e como algo benéfico, buscando aperfeiçoamento. Ou seja, cada vez que se depara com um erro, uma situação complexa, aumenta sua motivação e aumenta sua performance.
Como desenvolver a antifragilidade
Talvez esse seja um dos principais pontos do livro e sua leitura apresenta algumas estratégias e caminhos para tal, mas a forma geral é a de se expor, se arriscar e de fato encarar os desafios, desordem, incertezas e instabilidades. Taleb diz que um ambiente calmo degrada até o melhor dos melhores, então você precisa se colocar em posição de risco para conseguir desenvolver o melhor de si.
De uma forma bem pragmática, Taleb traz um ensinamento de que você pode se tornar antifrágil pela “via negativa”, ou seja, removendo aquilo que não está bom ou não dá certo. Via de regra, nós conhecemos e percebemos mais o que está errado do que o certo. Sabendo disso, é possível fazer subtrações mais óbvias e perceptíveis e ficar com as coisas boas. A grande chamada aqui é de antes de acrescentar algo na sua vida, retirar aquilo que não lhe acrescenta nada. Então, ao invés de adicionar um hábito ou uma amizade, porque não começar removendo uma que só traz prejuízos?
Além disso, o autor apresenta outras formas de desenvolver a antifragilidade, seja por meio do efeito barbell, que tal qual uma barra de musculação, você precisa de equilíbrio entre o capital que você arrisca e o que conserva; também que você deve se aconselhar com quem realmente arrisca a pele nos assuntos e não apenas da boca para fora (skin in the game); e prestar especial atenção às coisas duradouras (antifrágeis), que resistem ao teste do tempo e se mantém firmes e estáveis, podendo ser grande fonte de aprendizado e investimento.
O mais interessante dessa temática do Taleb, é que apesar de simples é muita rica e contrasta com o que aprendíamos até ontem: de que precisávamos ser resilientes e fortes. Após essa breve leitura, é possível compreender que não basta ser forte, é melhor estar em constante mudança, desenvolvimento e evoluir em meio ao caos.